8 de janeiro de 2015

É hoje!

 É hoje, encho-me de coragem e abro o blog. Se estiver à espera do texto perfeito para recomeçar, desconfio que pode nem ser este ano.

Não é pacífico, nunca é. Estas paragens que a vida por vezes nos traz e o quanto tentamos que não interfiram com o nosso eu interior.
Mas aconteceu, a vida impôs-se e há sempre alguma parte de nós que tem que ceder. Penso nos três meses que passaram como sempre fui pensando a cada pequeno acontecimento, a cada foto, a cada conversa, houve sempre tanto para partilhar. 
Depois veio a vontade de mudar tudo, pensei começar qualquer coisa nova, começar a separar as águas... o pior é o tempo. Mas quem sabe? talvez um dia consiga, aos poucos... Pudesse eu só fazer isto.

E três meses passaram-se num piscar de olhos. 
Aniversários, marcos de crescimento, conversas hilariantes, pequenos momentos de cortar a respiração. Crescer, viver é tudo isto. Quando se é pequeno, cada minuto, cada hora é uma eternidade (e então quando se espera pela Pai Natal...), quando se é mais velho, cada ano passa a correr.
Entretanto, familiares partiram, e os que permanecem no lugar da frente estão cada vez mais frágeis. E eu penso em tudo o que vai com eles, é inevitável. Não é segredo nenhum, já aqui partilhei no quanto acredito que voltamos à vida, que a humanidade de cada um vai sendo a soma de todas as experiências, voltamos e adicionamos conhecimento até termos a "imagem completa". E cada uma dessas novas viagens começará sempre de reconhecimento, no sentido de passarmos no caminho  para nos lembrarmos que já ali estivemos. E seremos cada vez melhores.

Por estes dias uma pausa forçada permite-me o tempo suficiente para parar e pensar um bocadinho. Há sempre períodos em que somos mais contemplativos,  gosto especialmente destas fases, não das pausas forçadas, claro, refiro-me aos momentos de reflexão que nos ajudam a crescer, e me deixam espaço para vir aqui, tratar da escrita.
A pausa forçada deve-se à pneumonia que a criança cá de casa "apanhou" (como se tivesse andado a correr atrás). Dez dias sem pôr o pé na rua, e, vendo bem o frio que tem estado, não chateia muito cumprir as ordens do médico. O pior é tomar o Clavamox que até já trocámos pelo Augmentin (porque é ligeiramente mais doce mas não adiantou nada), a guerra e o desespero têm sido tão grandes que me ocorreu chantagear descaradamente a criança, contornamos as batalhas com a  mesma falta de vergonha que ele demonstra ao tomar avidamente o remédio a troco de cromos das Tartarugas Ninja. Resulta, é o que interessa.
A pneumonia apanhou-nos desprevenidos (acho que ninguém espera realmente uma coisa destas), só à segunda ida às urgências é que lhe fizeram as análises e o colocaram a soro. O raio-X confirmou.
Febres a 40º por quatro dias que me deixaram fora de mim. Quando veio o diagnóstico juntamente com o tratamento é que começámos a conseguir respirar. E apesar de tudo, dia 1 de Janeiro foi um bom começo porque foi a primeira noite sem febre.
Parece que este Inverno está mesmo a ser o do nosso descontentamento. De quantas pessoas já ouvimos nós falar que tiveram pneumonia este ano?

E 2015, para quem gosta destas coisas, dizem, será regido por Marte e a sua impulsividade... vamos ver. Todos temos as nossas guerras, pode ser que não seja nada de especial.
Ontem as notícias já nos deram conta da grande violência que parece começar a ser cartão de visita a cada chegada de novo ano. Se por curiosidade formos ver outros anos regidos por Marte... (aqui). Mas o que interessa é o mundo que vamos construindo. O passado importa lembrar para não se repetirem os erros.
Seja o que for que 2015 nos trouxer, sabemos que sairemos dele bem mais fortes.

Para já, eu e ele , resumidos à nossa insignificância na contribuição diária para o mundo, passamos o dia a ver TV, a ler histórias, a treinar letras e números, a colar cromos e a melhorar.
Este Janeiro não vai ser como os outros, parece-me que vai passar bem depressa.

Primeiro desejo (egoista) para o novo ano: ter tempo para vir todos os dias ao blog.

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