24 de dezembro de 2013

O ritmo alucinante

O Inverno chegou e instalou-se, oiço o vento empurrar algo no terraço dos vizinhos de cima e embrulho-me mais na manta, a gata dorme em cima das minhas pernas.
Foram três dias alucinantes, e neste momento só o cansaço me mantém acordada.

Não sei porque às vezes decidimos chamar a nós certas responsabilidades ou tarefas que nos consomem, ou talvez essas tarefas nos pertençam mesmo. Não sei quantas horas passei hoje na cozinha, seguramente umas dez, entre bolos, bolinhos, bolachinhas e sobremesas com direito a versão normal e versão tolerada por diabéticos. Na verdade sinto-me bem, tenho aquela sensação de tarefa cumprida e em principio, tudo saiu bem (o que nem sempre acontece).

O piolho começou febril ontem (anteontem, domingo) e embora a coisa não tenha evoluído, passa as noites muito agitadas. Sempre que vai para a cama pergunta-me se a hora dos sonhos já passou, percebo que quer que lhe diga que sim, gostava que fosse verdade, lembro-me quando miúda tinha medo de sonhar, e combatia o sono o máximo que podia, quem me dera poder mudar tudo o que o assusta e magoa, quem me dera.

Estamos de férias, e o Pai Natal está a caminho e por estes dias é só o que interessa. Amanhã (hoje) rumamos em direcção à família. Sei que será o último Natal de um dos meus tios e apesar de isso me entristecer, dá-me também mais vontade de fazer parte e sei que o viverei de forma mais intensa e o guardarei para sempre no coração. Por isso também todo este empenho. 
O G é pequenino, não tem noção mas terá memória, terá fotografias, muitas, claro.
É estranho, mas se soubéssemos sempre quando as pessoas da nossa vida estivessem para nos deixar, talvez reavaliássemos mais a própria vida e agíssemos mais como deveríamos agir sempre. Nunca validamos as pessoas quando estamos com elas, porque nunca achamos que é a última vez que as vemos, nem tão pouco o deveríamos fazer só porque é a última vez.
Enfim, face à impotência perante a inevitabilidade, a aceitação é o melhor que temos, principalmente porque nos permite estar mais tranquilos apesar de tudo, e, com tranquilidade vivemos melhor o que temos.

A noite vai longa e embora me apetecesse ficar aqui a escrever como se não houvesse amanhã, não posso, não só existe um amanhã como está mesmo a chegar (e é véspera de Natal). 
Por estes dias o tráfego da net estará um pouco menos intenso mas se alguém ainda por aqui passar, quero deixar os votos de Feliz Natal, tranquilidade, bons e intensos momentos com a família (seja a de origem ou a de escolha). Validar quem está perto de nós, estreitar laços e criar boas memórias. E depois, que o Pai Natal seja amiguinho.

2 comentários:

  1. Desejo-te um feliz Natal para ti e para a tua doce família. E que o Pai Natal seja amiguinho ;) Beijos para vocês.

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