11 de outubro de 2013

Conversas de avó e neto

Ontem ao final da tarde o G foi com a avó ao supermercado. A alguma distância ainda da hora do jantar a criança já com um ratinho a roer ou talvez alguma gulodice pediu bolachas. A avó com a condição de ele só comer uma ou duas lá lhe fez a vontade.
Quando saíram da loja quis abrir o pacote e a avó pediu-lhe uma bolacha. Ele deu a bolacha disse:
- Tu ficas gorda, não podes comer! - as bolachas apesar de pequeninas parece que tinham chocolate num dos lados.
E o G continuou a comer umas a seguir a outras. A  avó vendo o caso mal parado começou a pedir mais:
- Dá cá outra.
- Não, gorda! - atirou o G
- Não me importo, dá cá. Eu fico gorda e tu? tu não ficas?
Ele respondeu imediatamente, defendendo-se:
- Eu estou a crescer!

Ele aprendeu por estes dias a chamar gorda(o). Não sei com quem, ainda não tive hipótese de descobrir. No entanto já o alertei para o facto de apesar de ser verdade, porque é constatação, há pessoas que não lidam bem com essa verdade pura. Já lhe expliquei que as pessoas não são gordas porque o escolham ser(!), ou tão pouco se sintam felizes assim. Tentei explicar-lhe que não o deve fazer porque magoa.
Não tenho conseguido chegar ao objectivo até porque se para nós a explicação racional não é plausível, quanto mais dentro da cabeça de uma criança de 3/4 anos.
Para ele existe a verdade (a "coisa boa") e começa a existir a mentira (a "coisa má"), haverá alguma coisa no meio?

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