A vida

Em todas as fases da vida é preciso morrer para renascer. Mais velho, mais sábio, pronto a enfrentar novas etapas e desafios, acumulando conhecimento, sabedoria para ir "passando de nível".
Na vida, a morte física está implícita, todos os que hoje estão vivos, morrerão um dia, e, acredito que para (re)nascer de novo, uma e outra vez.
 Renascemos para nos tornarmos conhecedores daquilo que é suposto sabermos, para passarmos todas as experiências necessárias, para aprendermos de todos os pontos de vista, para experimentarmos todas as "peles", para nos tornarmos sábios em cada fase e subirmos mais um nível a cada perda de energia total.
Por objectivo último teremos todos experimentado todas as hipóteses, teremos conhecido todas as consequências e todas as emoções. Tornar-nos-emos como um só, com uma grande experiência comum, como um grupo de pessoas que passam juntos uma grande catástrofe e sobrevivem mais fortes, mais experientes, despojados de "eus" (de ego) porque estiveram juntos na tragédia, e se conheceram verdadeiramente no pior momento, e juntos aprenderam a dar a mão ao outro, a ajudar e que sobreviver é, no fundo, o mais importante. O grupo, não a unidade.
E assim passamos e nos vamos graduando verdadeiramente em "humanidades".
Mas, porque não nos graduámos ainda e andamos por aqui ás voltas com os testes e ensinamentos que a vida nos vai atirando para cima, choramos, choramos muito a perda de quem nos é mais próximo. Porque quando a tampa se fecha, o adeus é definitivo, nunca mais lhe veremos os olhos, nunca mais lhe ouviremos a voz, nunca mais lhe seguraremos na mão, porque é só nisso que conseguimos pensar.
E seguimos, porque a "vida não para" enquanto por cá andamos.